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Saúde mental: por que precisamos de um tempo?



“Vocês devem ter notado que estou aparecendo pouco por aqui. Precisei tirar um tempo para mim”.

Frases como essas têm sido muito usadas por influenciadores e outros famosos nas redes sociais. O cansaço físico e emocional tem estado cada vez mais presente na rotina, principalmente devido às mudanças em nossos estilos de vida.




Durante a pandemia, por exemplo, a casa virou extensão do trabalho. Milhares de pessoas descobriram o que era burnout, uma forma de esgotamento profissional, e passaram a relatar o problema. Em uma pesquisa realizada pelo Ministério da Saúde, 86% dos entrevistados registraram sintomas de ansiedade, 45,5% de estresse pós-traumático e 16% de depressão entre 2020 e 2021.


Mas o problema não é de hoje, tampouco se restringe aos adeptos do home office. Para quem trabalha fora, as horas no trânsito e a falta de tempo para estar com a família, para o lazer e até mesmo para dormir têm levado as pessoas a níveis graves de exaustão. Para o filósofo Byung-Chul Han, esses hábitos estão nos transformando na sociedade do cansaço.



Para entregar produtividade, é muito comum que as pessoas se esforcem ao máximo para cumprir tarefas como se fossem máquinas, sem descanso. Porém, o resultado acaba sendo o contrário do desejado: o rendimento tende a cair. Já aconteceu com você?


Isso ocorre porque nosso cérebro tem um limite de energia e concentração para cada área, ou seja, quanto mais tempo você insistir em uma tarefa sem descansar, pior será a execução.

A explicação está na rede de controle executivo e na rede de modo padrão dos nossos neurônios.

A rede executiva se mantém ativa enquanto estamos em atividades que requerem um plano, uma sequência de respostas ou níveis de habilidade. Já a rede padrão é responsável pelo modo “stand by” do cérebro, as funções que executamos durante o descanso e até os momentos de divagação.


É por isso que pedagogos e pediatras recomendam que as crianças não estudem um único assunto durante horas seguidas. Na prática, quando a rede executiva está focada há muito tempo numa atividade (um exercício de português ou uma planilha do trabalho, por exemplo), aos poucos, a pessoa acaba perdendo a eficiência.


A rede executiva se recupera partindo para outras atividades. Por isso, uma criança que estava cansada em uma atividade de raciocínio lógico, passa a desempenhar bem uma atividade que utiliza da criatividade, pois as áreas do cérebro acionadas são diferentes.

Mesmo que o cérebro ainda tenha energia para outras tarefas, o corpo precisa de um tempo de descanso. Isso não significa passar o dia todo deitado, mas se envolver em atividades que sejam prazerosas e relaxantes. Ao brincar, passear, praticar um esporte ou jogar conversa fora com os amigos, você também está mantendo o cérebro ativo.




Ao chegar a hora de dormir, você já notou que, apesar do cansaço, não conseguiu pegar no sono? Isso acontece porque nosso corpo tem maneiras diferentes de nos alertar que estamos esgotados e precisando de um tempo: uma delas é a ansiedade. Confira outros 5 sinais de cansaço para ficar atento:

Mudanças de humor e irritação: você tem dado respostas muito duras para os colegas de trabalho ou anda se irritando facilmente em casa? Estar a ponto de explodir é sinal de que você precisa parar para respirar. As técnicas são diversas: contar até 10 e meditar, por exemplo. Mas, se o problema persistir, procure orientação médica.

Perda de memória:

chegou em outro cômodo da casa e esqueceu o que foi buscar lá? Precisou cancelar um compromisso do trabalho porque lembrou em cima da hora e não estava preparado? Se os esquecimentos são frequentes a ponto de atrapalhar o andamento da sua vida, seu cérebro precisa não só de descanso, mas também de estímulos positivos. Algumas opções são jogos de palavras-cruzadas, leitura e prática de esportes.

Falta de concentração: para não perder o foco em meio a tantas tarefas, notificações e telas, faça pausas entre os estudos e o trabalho. Com o método pomodoro, por exemplo, você pode melhorar a capacidade de concentração ao se recompensar com momentos de descanso. A proposta é trabalhar alternando 25 minutos de foco total com 5 minutos de pausa, podendo usar um alarme para controlar o tempo.


Dores e desconfortos: dores de cabeça que nunca passam, tensão nos músculos e nas costas são os casos mais relatados entre quem está beirando a exaustão. Por isso, é fundamental manter a atividade física como hábito e se alongar entre as tarefas diárias.

Sono sem qualidade: quem sofre com o sono ruim muitas vezes não consegue adormecer, mesmo exausto, além de acordar em pequenos intervalos. Rituais diários antes de dormir podem ajudar a relaxar, como deixar o quarto escuro, desligar as telas e evitar cafeína.

Se você se identificou com algum ou vários desses sinais, não se sinta culpado por precisar de um tempo: afinal, todos precisamos. A estafa emocional pode ter se tornado comum em meio à vida agitada e com tarefas multiplicadas, mas não é normal. Ao identificar algum dos sinais, olhe para si mesmo, lembre-se das atividades que te fazem bem e busque ajuda profissional.




Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fontes: Fiocruz | Estar Saúde Mental | Pais & Filhos

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