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Puerpério: como ser rede de apoio para uma recém-mãe


Quando nasce um bebê, nasce uma mãe. E, assim como o filho, ela também tem muitas descobertas a fazer e precisa de apoio nesse processo. É aí que entra a importância da rede de apoio: aquele grupo de pessoas que pode ajudar não só nas demandas do bebê, mas também nas da casa e dos pais, que, acredite: devem estar exaustos!


Puerpério é o nome dado ao período logo após o parto até a recuperação do organismo da mulher e a adaptação dela à nova realidade familiar.


Sendo assim, a duração do puerpério pode variar muito. Alguns teóricos estimam cerca de 45 a 60 dias após o parto, outros marcam o fim do período pela primeira ovulação e menstruação pós-parto (que pode demorar mais em mães que amamentam).


Há ainda quem considere aspectos emocionais e familiares para determinar a duração do puerpério. Mudanças hormonais, privação de sono e insegurança estão entre os principais desafios da mãe nesse período. Além de todas as alterações no corpo e na rotina, há a responsabilidade de cuidar de um recém-nascido completamente indefeso.



É preciso alimentar o bebê, se alimentar, trocar fraldas, dar banho, tomar banho, cuidar da posição de dormir, tentar dormir também, verificar se a roupa é adequada à temperatura, lavar roupas, louças, lidar com cólicas, refluxos, vacinas, reações e mil dúvidas. Como se não bastasse, a puérpera precisa lidar ainda com a expectativa – dela própria, da família e da sociedade – para que siga um modelo esperado de parentalidade.


Muita coisa? E ainda nem mencionamos a depressão pós-parto, que acomete mais de 25% das mulheres brasileiras, segundo estudo da Fiocruz.


Já deu para perceber que é praticamente impossível uma única pessoa dar conta de tudo, não é mesmo?

Mesmo que haja uma parceria ativa em todas essas funções parentais, ter uma rede de apoio para além do núcleo familiar continua sendo muito importante. Aliás, vale enfatizar: pai não é rede de apoio nem “ajuda”, mas sim parceiro no aprendizado dessas novas funções.


A rede de apoio funciona como uma família estendida. São aquelas pessoas, normalmente parentes e amigos, que dizem “contem comigo”. E com quem os pais sabem que podem contar mesmo.

Enquanto a família recém-nascida se organiza na nova rotina, a rede de apoio pode ajudar nas tarefas cotidianas, como cozinhar, lavar roupas, ficar com os filhos mais velhos e com os animais de estimação, quando for o caso. Além disso, ficar com o bebê enquanto os pais descansam ou tomam um banho mais demorado também é de grande ajuda.


Mas atenção: ser rede de apoio não significa chegar fazendo tudo, independentemente da vontade dos pais, ou chegar dizendo o que acha certo ou errado. É preciso, antes, entender as necessidades da família e respeitar suas opções.


Confira oito dicas para ser uma rede de apoio no puerpério e evitar conflitos.

1 - Não apareça de surpresa. Mande uma mensagem antes de visitar e também faça um combinado sobre a campainha ou interfone – o barulho alto pode interromper uma soneca muito aguardada!

2 - Oferecer comida: esse é um carinho e tanto! Nem sempre dá tempo de cozinhar ou mesmo de ir ao supermercado. Pergunte o que a família gosta de comer e o espaço que tem na geladeira.

3 - Levar um copo d’água quando a mãe estiver amamentando: isso ajuda na hidratação! Porém, se a mãe pedir privacidade para esse momento, respeite. Algumas mães podem preferir amamentar em ambiente reservado, nem sempre por pudor, mas para se conectar com o bebê ou porque os primeiros dias podem ser muito dolorosos.


4 - Oferecer-se para trocar fraldas e ajudar no banho. Cuidados desse tipo ajudam a criança a se acostumar com você e a confiar para quando precisar ficar com ela.


5 - Perguntar o que pode e o que não pode: antes de ficar com o bebê enquanto a mãe descansa, toma banho ou precisa sair por qualquer motivo, entenda as regras já existentes. Se a família não dá chupeta ou mamadeira, nada de oferecer escondido, ok?


6 - Evitar opiniões quando não solicitadas. Pais e mães costumam ficar bastante sensíveis a julgamentos, porque, no geral, já estão dando o melhor que podem. Se a mãe ou o pai perguntarem sobre sua experiência ou opinião, fale, mas lembrando que não existe verdade única na criação de filhos.


7 - Oferecer-se para um passeio com irmãos mais velhos ou animais de estimação, quando for o caso. Saber que seus outros amores estão bem, tranquiliza os pais a se dedicarem à nova vida.


8- Ser um bom ouvinte: às vezes a mãe e o pai já têm uma boa rede organizada para as funções básicas, mas precisa mesmo é de uma boa conversa e companhia. Esteja por perto.

Conforme a criança cresce, e o puerpério, tecnicamente, acaba, a rede de apoio não precisa se desfazer. Pelo contrário! Ela pode se ampliar. Neste ponto, entram colegas de trabalho, empregadores, educadores e até outras mães e pais de coleguinhas, que se ajudam das mais diversas formas.


Afinal de contas, como diz o provérbio africano: é preciso uma aldeia para educar uma criança!



Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.

Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil

Fontes: Hospital Albert Einstein | Revista Mineira de Enfermagem | Escola Ana Nery


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