Dor intensa, coceira, sensação de obstrução no ouvido. Esses sintomas podem surgir em várias fases da vida, e podem representar desde uma simples irritação momentânea até casos de infecção, chamada otite.
Esse processo inflamatório tem lugar em três regiões diferentes: orelha externa, média e interna. Cada uma com causas, sintomas e tratamentos específicos, que vamos conhecer a seguir.
Dor de ouvido ou otite? Como identificar?
Sentir dor no ouvido pode ser muito desagradável e é comum recorrer a estratégias caseiras para buscar um alívio imediato. No entanto, entender as causas do desconforto faz muita diferença no rumo que a dor pode tomar.
Otites são recorrentes em bebês e crianças pequenas, porque o sistema auditivo ainda não está totalmente formado, o que facilita a entrada de bactérias e outros agentes de risco. Mas, independentemente da idade, a dor no ouvido pode acontecer e é importante a avaliação clínica, porque as causas podem envolver motivos diversos.
A identificação acontece de maneira clínica, independentemente da idade. Como diversas doenças podem ter como sintoma a dor de ouvido, tais como sinusite, alguns tipos de alergias respiratórias, erupção dos dentes sisos, entre outros, apenas a análise de um profissional capacitado pode determinar se existe uma infecção no local.
Quando não tratada adequadamente, a otite pode evoluir cronicamente e resultar em problemas na audição, como perda parcial ou total e até mesmo resistência da infecção no organismo.
Tipos de otite
As infecções são classificadas de acordo com a região do ouvido em que estão localizadas. Existem quatro estruturas principais: ouvido externo, médio, interno e tuba auditiva.
Otite externa: afeta a orelha externa (entre a entrada da orelha e o túnel que leva à orelha média) e é mais frequente no verão, devido ao acúmulo de água em banhos de piscina e de mar – ou para quem pratica natação, por exemplo. Por isso, também é conhecida como “ouvido de nadador”.
Os principais sintomas são dor e coceira, que passam em poucos dias naturalmente ou com uso de medicamentos e antibióticos, de acordo com indicação médica.
Otite média: é o tipo mais comum entre crianças a partir das primeiras semanas de vida, mas pode acontecer em qualquer idade. Afeta a orelha média (ou ouvido médio), normalmente onde está o tímpano.
A inflamação é consequência da presença de vírus e bactérias e pode vir acompanhada (ou após a recuperação) de gripes, alergias e outros quadros respiratórios. Os sintomas variam entre dor intensa, coceira, febre, náuseas e obstrução das vias aéreas (ouvido “entupido”).
Esse tipo de otite pode ser dividido em níveis de gravidade:
Otite média aguda: quando a inflamação passa de sintomas leves e causa dores mais fortes
Otite média aguda recorrente: quando há mais de quatro casos no período de um ano
Otite média secretora: quando há acúmulo de secreção na orelha média, provocando uma sensação de “ouvido tampado”, e necessita de acompanhamento médico para realizar a limpeza do material acumulado internamente
Otite média crônica: quando a inflamação dura três meses ou mais, resultado de disfunções na anatomia da orelha ou de tratamento inadequado de um episódio agudo
Otite interna: menos habitual que as duas primeiras, a versão interna da infecção acontece no tímpano e na tuba auditiva, o que a torna mais grave que as demais. Os sintomas abrangem os mesmos das outras variações, com o acréscimo de tonturas e perda de equilíbrio (o que pode confundir com labirintite).
Nesse caso, o tratamento envolve acompanhamento médico especializado constante e, dependendo da duração dos sintomas, o paciente pode ser hospitalizado devido à possibilidade de complicações.
Cuidados para adultos e crianças
Geralmente, a prevenção é feita evitando umidade no ouvido e uso de cotonetes. Quando houver necessidade de uma limpeza mais profunda, é recomendado buscar auxílio profissional. Outra maneira de prevenir as infecções de ouvido é tratando adequadamente gripes e resfriados e evitar o contato com pessoas que estejam gripadas.
No caso das crianças, por conta da interação nas escolinhas e outros espaços de cuidado, o contato com os colegas, gripados ou não, é praticamente inevitável. Também se aconselha evitar o uso de chupetas devido à possibilidade de compartilhamento e consequentemente transmissão de agentes infecciosos. Por isso, a atenção dos responsáveis deve ser redobrada quando houver qualquer sinal de desconforto.
O tempo de imersão em água (como piscina e mar) deve ser diminuído para evitar a exposição a bactérias que causam infecções. Se houver sensação de água no ouvido, que não some naturalmente, não deve ser descartada a ida a um profissional para limpeza.
São pequenos cuidados que, juntos, fazem a diferença na saúde dos nossos ouvidos.
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Sociedade Catarinense de Pediatria, Associação Paulista para o Desenvolvimento de Medicina
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