Em junho de 1981 os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) emitiram o primeiro relatório oficial que tornaria pública a epidemia do HIV e em 1982 a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (AIDS) é definida pela primeira vez. Apesar da distância de mais de 40 anos, até hoje o assunto é cercado de muitos mitos e tabus.
Um deles é a diferença entre o vírus e a síndrome. Como ocorre a transmissão, as formas de prevenção e o tratamento são outros pontos.
Como mencionado, HIV é a sigla em inglês para o vírus da Imunodeficiência Humana, que afeta o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças.
Ele é uma das infecções sexualmente transmissíveis (IST) mais comuns. É possível ter o HIV por anos e, com o tratamento apropriado, nunca apresentar sintomas.
Aids é a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida decorrente da infecção do vírus. A doença tem diferentes fases, que a depender de quando – e como – o tratamento é iniciado, não acontecem de maneira consecutiva.
São elas, de acordo com o Ministério da Saúde:
Infecção: momento inicial, em que o vírus HIV ataca o sistema imunológico.
Infecção aguda: quando há a incubação do vírus, ou seja, período marcado pelo surgimento dos primeiros sintomas – vamos falar quais adiante –, que pode ocorrer entre três a seis semanas (muitas pessoas, ao iniciarem o tratamento cedo, não chegam a manifestar).
Assintomática: o vírus interage com as células de defesa do corpo, mas se desenvolve e morre de forma controlada. Ou seja, o organismo não se enfraquece o bastante para permitir novas doenças.
Esta fase pode durar muitos anos sem qualquer sintoma. Segundo a Fiocruz, cerca de 70% dos portadores permanecem de 20 a 30 anos sem manifestar nada.
Sintomática inicial: esse período é marcado pela redução da defesa do sistema imunológico. Os sintomas mais comuns são febre, diarreia, perda de peso e suor noturno.
Aids: a imunidade está baixa e surgem doenças como tuberculose e gastroenterites que se aproveitam da fraqueza do organismo.
O HIV é transmitido por relações sexuais - vaginal, anal ou oral - sem camisinha com quem é soropositivo, ou seja, com quem tem HIV.
Além disso, a infecção pode ocorrer ao compartilhar objetos contaminados que perfuram a pele, como agulhas, seringas e alicates. Apenas com secreções como sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno o vírus é capaz de infectar.
Nesses casos, o líquido contaminado precisa, de fato, penetrar no organismo da outra pessoa.
Ter contato com o esperma com as mãos, por exemplo, ou compartilhar objetos como um copo não apresenta riscos de contaminação – ao menos que haja algum tipo de corte e abertura em seu corpo.
Em casos de risco, a transmissão por HIV pode ser detectada no corpo em pelo menos 30 dias (período conhecido como janela imunológica).
O exame laboratorial, ou teste rápido, busca por anticorpos contra o HIV no material coletado. O SUS oferece gratuitamente ambos.
Se você acabou de passar por uma situação de risco, em até 72 horas o Ministério da Saúde recomenda o início do tratamento com PEP (Profilaxia Pós-Exposição), medida de prevenção de urgência à infecção pelo HIV, hepatites virais e outras infecções sexualmente transmissíveis.
A PEP é capaz de reduzir as chances de infecção do HIV. Para reforçar: se você passou por uma situação de risco, procure logo uma unidade de atendimento do SUS.
As primeiras manifestações são parecidas com uma gripe, com febre e mal-estar, além de diarreia, perda de peso e suor noturno. É comum que esses sintomas muitas vezes passem despercebidos.
Também podem surgir inflamações nas articulações, crescimento do baço e do fígado e, nos casos mais graves, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges (membranas que revestem o sistema nervoso central). Prevenção A forma mais acessível de prevenção ao vírus é usar camisinha -–masculina e feminina –, distribuídas gratuitamente em unidades do SUS. O preservativo também pode ser comprado em farmácias e supermercados. Além disso, seringas e agulhas devem ser descartáveis (com uso único) e utilizadas com luvas, como ao fazer uma tatuagem ou em exames – situações em que há manipulação de feridas e/ou líquidos corporais.
O HIV não tem cura. Porém, devido aos avanços científicos, é possível viver com qualidade de vida, sem sintomas e alcançar uma carga viral indetectável com o tratamento apropriado.
O acompanhamento de profissionais da saúde e os exames devem ser periódicos. O objetivo é fazer um monitoramento constante para que o paciente só tome o medicamento antirretroviral (coquetéis) quando houver realmente necessidade.
A medicação reduz a multiplicação do HIV no corpo e restaura as defesas do organismo. É importante que, ao tomar o remédio, a pessoa mantenha frequência e não esqueça.
Mesmo durante o tratamento o sujeito pode - e deve - ter uma vida normal: trabalhar, beijar na boca, sair com amigos, ter relações sexuais (com camisinha) e passear.
A orientação médica é que a pessoa mantenha a prática de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada para aumentar, ainda mais, sua qualidade de vida.
Em torno de 1,4 milhão de mulheres com HIV engravidam anualmente no mundo, segundo o Unaids, programa das Nações Unidas de combate à doença.
Para uma mulher com o vírus, é possível reduzir a transmissão vertical (de mãe para filho) com práticas do pré-natal ao puerpério.
Independentemente da fase, é importante ser acompanhada por uma equipe médica a todo tempo.
Cuidados no pré-natal e gestação:
Aderir à Terapia Antirretroviral (TARV) na gestação
Medidas no puerpério:
Fornecer fórmula láctea ao bebê (não leite materno)
Tanto a mãe quanto o recém-nascido devem manter o acompanhamento médico constante
Manter a TARV
Em casos de homens com HIV é também possível ter filhos biológicos. Entretanto, por métodos de reprodução assistida, como fertilização in vitro e inseminação artificial.
Sexo não precisa ser envolto por tabus, mas por muita conversa. Saiba como falar sobre o assunto com crianças e adolescentes.
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: Ministério da Saúde | Fiocruz 1, 2 |
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