A pele é considerada o maior órgão do corpo humano e é dela a função de nos proteger contra agressões externas como fungos, bactérias, produtos químicos ou físicos. Para isso, ela produz, naturalmente, substâncias como sebo e suor.
Muitas vezes, deixamos passar a importância e complexidade desse órgão durante nosso dia a dia, mas é preciso lembrar que a pele precisa de muito cuidado para preservar suas características, funções e continuar nos protegendo. O primeiro passo para adotar hábitos que façam a diferença é buscar informação.
Segundo dados do INCA (Instituto Nacional de Câncer), cerca de 30% dos registros de tumores malignos correspondem a casos de câncer de pele (2021). Mesmo assim, ainda há muitas dúvidas e bastante desinformação sobre fatores de risco, prevenção e tratamento.
Existem dois tipos de câncer de pele: o não melanoma e o melanoma. O mais comum é o não melanoma que possui baixa letalidade, mas números muitos altos. Este tipo de câncer é provocado pelo crescimento anormal e descontrolado das células que compõem a pele. O melanoma é mais raro, porém mais agressivo que o não melanoma.
Vamos conhecer com mais detalhes cada um deles:
Câncer de pele não melanoma
O tipo de câncer de pele não melanoma é o mais frequente no Brasil e possui um maior percentual de cura se detectado e tratado de forma precoce. Ele é mais comum em pessoas com mais de 40 anos e mais raro em crianças e pessoas negras, com exceção daquelas que já possuem doenças cutâneas. Já as de pele mais clara e sensíveis ao sol, são mais propensas a esse tipo de câncer, principalmente com histórico familiar ou pessoal da doença.
Câncer de pele melanoma
O melanoma tem origem nas células produtoras de melanina, substância que determina a cor da pele e também é mais frequente em adultos brancos. Esse tipo de câncer pode aparecer em qualquer parte do corpo, pele ou mucosas, em forma de manchas, pintas ou sinais. Muito mais raro, o melanoma representa apenas 3% dos tumores malignos registrados para câncer de pele. No entanto, também é o mais grave, devido a sua possibilidade de provocar a disseminação das células cancerosas para outros órgãos, a chamada metástase.
Quando detectado em sua fase inicial, mesmo o melanoma possui um bom prognóstico. Essa possibilidade aumenta quando é possível se informar sobre as causas e formas de prevenção. Vamos aprender um pouco mais sobre isso?
Já falamos que as pessoas de pele mais clara estão mais vulneráveis à ação dos raios solares, deixando-as sensíveis ao câncer de pele. Isso não implica que as pessoas negras não precisam ficar de olho nos sinais, pois, por mais que seja rara, a doença pode ocorrer nas áreas claras da pele, como mãos e planta dos pés.
Dentre as causas e riscos para o câncer de pele podemos destacar a exposição prolongada e repetida ao sol (principalmente na infância e adolescência) e utilização de câmaras de bronzeamento artificial, que, inclusive, é uma prática proibida no Brasil desde 2009. Existem outros fatores de risco que fogem ao contexto externo e, por isso, merecem ainda mais atenção: ter pele e olhos claros, cabelos ruivos ou loiros, ser albino ou ter histórico familiar ou pessoal de câncer de pele.
Para todas as pessoas, é muito importante observar a rotina para evitar situações que possam agravar os riscos. Aqui vão algumas dicas importantes:
Evite exposição solar prolongada entre 10h e 16h
Procure lugares com sombra
Use acessórios adequados como roupas, bonés, óculos com proteção contra raios UV, sombrinhas e barracas
Aplique filtro solar com, no mínimo, o fator de proteção 15 ao se expor ao sol (ou mesmo na sombra) e reaplique após o banho de piscina ou praia
Use filtro solar próprio para os lábios
Além de buscar se informar, é muito importante manter um acompanhamento médico em caso de qualquer suspeita. Por isso é preciso que você fique atento aos sinais da sua pele.
O câncer do tipo não melanoma ocorre, principalmente, nas áreas do corpo que sofrem mais exposição do sol, como rosto, pescoço e orelhas. Ele pode se manifestar como manchas na pele que coçam, ardem, escamam ou sangram, ou, também, como feridas que não cicatrizam com facilidade. Já o melanoma pode aparecer no corpo todo em forma de manchas, pintas ou sinais.
Para ajudar a identificar estes sinais que podem sugerir um tumor do tipo melanoma, foi adotada uma regra internacional chamada “ABCDE”, que significa:
Assimetria: uma metade do sinal é diferente da outra
Bordas irregulares: contorno mal definido
Cor variável: presença de várias cores em uma mesma lesão
Diâmetro: maior que 6 milímetros
Evolução: mudanças observadas em suas características (tamanho, forma ou cor).
Na maioria dos casos estes tipos de alteração não indicam o câncer de pele, mas alertam para que haja uma investigação a ser feita por um médico.
Detectar o câncer precocemente é uma forma de encontrar um tumor em seu estágio inicial e, assim, ampliar as chances de tratamento e cura. E já vimos que se informar, analisar os sinais do próprio corpo e seguir as dicas de prevenção são os primeiros passos.
É preciso se proteger dos raios solares em dias nublados/chuvosos.
Verdade. Isso porque o que causa os danos na pele e que pode resultar em câncer não é o sol em si, mas os raios ultravioletas, ou raios UV.
Fatores genéticos aumentam o risco de desenvolver câncer de pele.
Verdade. De 5% a 10% dos casos de melanoma são causados por alterações genéticas hereditárias.
Para pessoas que já têm diagnóstico na família, há a possibilidade de fazer acompanhamento com profissionais especializados e mapeamento de pintas como forma de prevenção.
Não existe autoexame para câncer de pele.
Mito. O teste ou regra ABCDE é uma forma de autoexame que pode ajudar a detectar alguma alteração na pele. É preciso observar a pele com atenção em busca de pintas ou manchas que pareçam estranhas. Não se esqueça de sempre examinar as palmas das mãos e plantas dos pés, conferir se não há manchas escuras sob as unhas e locais menos óbvios, como a virilha.
Apenas a exposição excessiva ao sol pode causar câncer de pele.
Mito. Apesar de o sol ser o principal causador do câncer de pele, ainda há os fatores genéticos, que podem desencadear a doença.
Bronzeamento artificial faz mal para a pele.
Verdade. Todo tipo de bronzeamento artificial faz mal para a pele. Por isso, a prática é proibida no Brasil desde 2009.
As câmaras de bronzeamento artificial usam lâmpadas UVA, que não causam queimaduras, mas aumentam a chance de surgimento de melanomas.
É comum pessoas que recorrem ao uso do bronzeamento artificial terem a pele mais clara, e é preciso lembrar que elas têm mais probabilidade de desenvolver câncer de pele.
Câncer de pele tem cura.
Verdade. A maior parte dos casos de câncer de pele não melanoma pode ser curada com cirurgias ambulatoriais. As chances de eliminar o câncer por esse método também são boas mesmo em casos de melanoma, quando o diagnóstico é feito na fase inicial da doença.
Alguns casos exigem o uso de radioterapia, quimioterapia, terapia-alvo, imunoterapia ou tratamento medicamentoso. E, mesmo com a necessidade de tratamentos agressivos para nomes mais assustadores como o melanoma, as chances de cura são de mais de 90% quando há detecção precoce da doença, segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia.
Agora que você já tem muitas informações sobre prevenção e tratamento, e sabe que é possível não somente vencer o câncer de pele, mas também evitá-lo, é hora de colocar os cuidados em prática no seu dia a dia!
Este artigo foi publicado no Portal de Saúde - Unimed Brasil.
Texto: Agência Babushka | Edição e Revisão: Unimed do Brasil
Fontes: INCA 1, 2, 3 | SBD
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